sábado, 5 de abril de 2025


VISITA DE ESTUDO - 21/03/2025

MUSEU DO LINHO

O senhor Serafim Ferreira, um guia competente, que fala do linho com alegria e saber

Por volta das 13 horas do dia 21 de março todos os associados do IAESM (Instituto Autodidada de Estudos Superiores do Minho) inscritos, tomaram os seu lugares, previamente distribuidos, no autocarro, as portas são fechadas e, saindo do sítio do costume (junto ao templo do Senhor da Cruz), o autocarro ruma em direção a Recarei, Lousada, onde tínhamos marcada uma visita de estudo guiada ao museu do linho ou, melhor dizendo, ao centro interpretativo do linho orgânico
Fomos aí recebidos pelo senhor Serafim Ferreira, um guia simpático, conhecedor do seu ofício, de verbo fluente e dicção perfeita, embora a sua formação académica seja apenas a 4ª classe. No entanto, ciente da responsabilidade que lhe foi confiada de preservar e transmitir às gerações vindouras (são as escola o seu principal público) a nobreza da fibra que vestiu nobres e plebeus e desempenhou tão importante papel para a humanidade ao longo de gerações e gerações, investigou e preparou-se para que a sua informação seja rigorosa. 


Pensa-se que o homem descobriu a fibra do linho (disse ele) quando, usando a erva espontânea dos prados para se deitar e para descansar a cabeça, terá observado, depois de bem macerada, que entre aquelas ervas havia uma que tinha uma fibra interior mais comprida (a planta do linho pode atingir até um metro ou mais de altura), e mais resistente.
O linho é uma planta herbácea de flor azul claro, miúda, gosta de terrenos férteis e semeia-se em março. Mais ou menos 100 dias após a sementeira, pode colher-se, arrancando-o pela raiz para melhor aproveitamento da fibra. Seguidamente estende-se às mãos cheias a secar durante alguns dias e é ripado num artefacto que dá pelo nome de ripo. Dá-se então a separação da baganha (cápsulas onde está alojada a linhaça - a semente) do caule. Esta é usada na alimentação e no fabrico do óleo de linhaça, também usado na alimentação, na cosmética, na pintura a óleo, etc. Depois de ripado o linho é alagado entre dez a quinze dias para se dar a maceração da parte lenhosa do caule; depois vai secar ao sol e, a seguir, procede-se à maçagem (é batido com um maço para desfazer a parte lenhosa e separá-la da fibra. Dessa operação resulta um aglomerado grosseiro (os tomentos que, fiados, davam um tecido grosseiro para fazer sacos); segue-se a espadelagem com a espadela. Dessa operação resultam dois tipos de fiado: das fibras longas resulta o fio do linho; das fibras curtas o fio da estopa (um tecido mais grosseiro);

                     . Depois é fiado é ensarilhado para fazer as meadas, que, em seguida, são metidas numa barrela de cinza com água a ferver e são postas a corar ao sol tendo o cuidado de regá las com frequência para que não sequem; as meadas depois de lavadas e secas são colocadas nas dobadoiras e transformadas em novelos, que a tecedeira dispõe de determinada forma no tear e a essa operação denomina-se urdir a teia para depois tecer e fazer o tecido que se quer.

 

IAESM
05/04/2025



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