terça-feira, 16 de maio de 2023

“ Conversas… às Segundas na 4ª”

Os 140 anos dos Bombeiros Voluntários de Barcelos

Sob o pretexto dos 140 anos que os Bombeiros Voluntários de Barcelos comemoram este anos, as três ultimas sessões de “ Conversas… às Segundas na 4ª”, versaram a temática “Bombeiros Voluntários”.
O preletor, o nosso associado e colaborador António Sousa, que todos os meses nos premeia com uma sessão bem esquematizada e de cuidada apresentação sobre temas culturais, em especial do património barcelense (mas não só), começou por fazer uma resenha histórica do nascimento dos Bombeiros Voluntários em Portugal, para depois falar aprofundadamente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Barcelos.
O serviço de bombeiros terá tido o seu início em Lisboa, em 1395, por publicação de uma carta régia de D. João I, que determinava que pregoeiros andassem pelas ruas a alertar a população para o perigo dos incêndios e que os carpinteiros e calafates e outros artífices acorressem com os seus machados a combater os incêndios que deflagravam com frequência (as casas eram de madeira, o aquecimento e o serviço de cozinha funcionavam à base de lenha), e as mulheres carregassem cântaros de água para os apagar. 
Assim foi criado o primeiro “Serviço de Incêndios” em Lisboa.
Mais tarde, em 1678, houve uma reavaliação desse serviço e foram criados três armazéns para guardar as ferramentas usadas no combate aos incêndios; depois apareceram as primeiras bombas para tirar a água, muito pesadas e de difícil transporte, depois as bombas a vapor…, mas é já no século XIX que na Câmara de Lisboa se faz o primeiro alistamento. Alguns anos mais tarde 1868 é criada a primeira Companhia de Bombeiros Voluntários de Lisboa que, mais tarde, passa a Real Associação de Bombeiros Voluntários de Lisboa.
Mas os incêndios não ocorrem apenas em Lisboa. Ocorrem igualmente por todo o país. E por todo país se vão criando serviços mais ou menos organizados para acudir aos incêndios.
Barcelos sentiu também essa necessidade. E, em 1793, a Câmara Municipal compra duas bombas para apagar os incêndios; em 1827 é implantada a “Companhia da Bomba” e quando ocorria algum incêndio corria-se a buscar a bomba e perdia-se imenso tempo. 
Em 1852 a Família Real visita Barcelos na Festa das Cruzes e é vítima de um incêndio. É então que, a 4 de agosto de 1883, é constituída uma comissão instaladora da Associação dos Bombeiros Voluntários de Barcelos, cujo fim principal é o socorro em caso de incêndio. A 9 de Agosto desse ano são aprovados os Estatutos e nomeados os Corpos Gerentes. Sebastião António Gonçalves de Oliveira é nomeado Presidente e Comandante e António Gonçalves da Cruz é nomeado segundo Comandante.
No dia 06/01/84, Dia da Corporação, é inaugurada a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Barcelos, que recebe da Câmara Municipal todo o espólio da Companhia da Bomba e um subsídio. Instala o seu quartel em 1897 numa casa comprada e adaptada do largo Dr. José Novais, onde permanece até Outubro 1980, quando inaugura o edifício que hoje ocupa.

Assim nasce a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Barcelos, que ao longo destes 140 anos muito cresceu e recebeu inúmeras condecorações e louvores pelos vastos e meritórios serviços humanitários que tem prestado à comunidade.

Um  grande bem-haja a todos os Bombeiros Voluntários, que tando dão de si - quantas vezes a própria vida - em benefício do outro.
IAESM, 16/05/23

quinta-feira, 4 de maio de 2023

 

FESTA DE ANIVERSÁRIOS 

28/04/2923


Mais uma belíssima tarde de convívio e amizade, animada pelos nossos grupos Tuna/Cordofones e Danças e Cantares e pelo nosso acordeonista Joaquim Carvalho, aconteceu, hoje, neste espaço da família IAESM: festejaram-se os aniversariantes de Março e Abril com muita amizade, muito convívio, muita alegria e uma mesa repleta de petiscos (doces e salgados) de que nos fizemos acompanhar para enriquecer a mesa comum, à volta da qual todos convivemos com muita amizade.

IAESM, 04/052023

quarta-feira, 3 de maio de 2023

 

VISITA DE ESTUDO

21/04/2023

A tarde deste dia foi preenchida com uma visita de estudo, atividade que consideramos ser uma forma muito enriquecedora de adquirir cultura combinada com convívio.

A saída estava marcada para a 14:00 horas junto ao Templo do Senhor da Cruz. E, apesar de S. Pedro ter aberto as torneiras do céu com abundância, o horário foi mais ou menos cumprido. Pouco depois das duas da tarde rodávamos em direção a Viana do Castelo (onde tínhamos uma visita guiada ao Museu do Traje), num autocarro de 55 lugares repleto.  

Mesmo debaixo de chuva, que atrapalha sempre qualquer passeio, mas, especialmente, sendo em grupo (isto de abrir e fechar o guarda chuva e cuidar de não pingar o vizinho ou espetar-lhe uma vareta nos olhos atrapalha um pouco), mas tudo correu bem e foi muito agradável entrar no átrio do museu, onde a exuberância dos belos e coloridos trajes das lavradeiras vianesas, com os seus lenços traçados e o peito profusamente ornamentado de ouro, e o guia para nos acompanhar e elucidar sobre o que íamos vendo, nos saudaram.

...do site do museu

O Museu do Traje de Viana do Castelo fica na Praça da República, num prédio de gaveto construído entre 1954 e 1958 onde funcionou uma delegação do Banco de Portugal até 1996. Em 1997 a Câmara Municipal de Viana do Castelo adquiriu-o e foi criado um museu dedicado, especialmente, à exposição permanente dos trajes regionais da região de Viana, com especial ênfase para o traje usado pela raparigas mulheres das regiões rurais em volta da cidade (Traje á Vianesa ou de Lavradeira) de meados do século XIX a meados do século XX, e que hoje ainda perdura nos ranchos folclóricos e nas romarias, especialmente na romaria da Senhora da Agonia.
Há três cores predominantes nos trajes da lavradeira vienesa: vermelho, verde e o azul-escuro ou traje de dó, que seria usado em épocas de desgosto, tristeza…
A cor elucidava sobre a região, e a ocasião de uso definia-o como de trabalho, de domingar, de feirar, de festa; os materiais eram a lã e o linho que as próprias mulheres/raparigas cuidavam e preparavam até ao produto final, desde cuidar das ovelhas que lhes davam a lã e semear o linho até transformá-lo (lã e linho) no fio que elas próprias tingiam com anilinas compradas nas drogarias ou, se calhar, com plantas, e teciam no tear caseiro (aqueles bordados lindíssimos dos belos aventais era feito no próprio tear, puxando os fios), para depois ser costurado. 
Tem também uma coleção de outras peças de vestuário em cotim e outros materiais, vendedeiras de doces, alfaias agrícolas, utensílios usados no ciclo do linho, tem no segundo piso, do lado esquerdo, um grande painel dedicado a homenagear Amadeu Alberto Lima, etnógrafo e investigador dedicado ao estudo e divulgação da cultura tradicional de Viana. 
Há no primeiro piso a sala do ouro (segundo a informação do guia foi o cofre do banco que ali funcionou) que nos mostra uma bela coleção de peças em ouro lindíssimas, resultante de doações e de aquisições feitas pela Câmara Municipal, onde também podemos apreciar diversas ferramentas usadas na ourivesaria.

Muito mais havia a dizer sobre o que pode ser visto no Museu do Traje de Viana, mas o texto já vai grande. Fiquemos por aqui. Valeu a pena.
E, nesse tempo, S. Pedro fechou as torneiras do céu, o que nos deu a liberdade de caminharmos sem guarda-chuva, irmos comer uma "bola de berlim" ao Natário, dar um passeio até à beira rio e inundarmos a alma da beleza de Viana da beira-rio: muito bonita. 

IAESM/03/05/23 I