AS MULHERES DO AFEGANISTÃO
O QUE JÁ FORAM E O QUE SÃO
Na última sessão de Conversas… “à deriva” foi abordado o tema as mulheres do Afeganistão e o declínio dos seus direitos à dignidade e à liberdade a que são submetidas desde o regresso dos talibãs ao poder. Elas, que frequentavam as universidades e exerciam profissões variadas e de responsabilidade na vida ativa e no desenvolvimente do seu país, foram obrigadas a regressar aos lares sem direito à cultura, à educação, sem identidade nem liberdade de se vestirem de acordo com o seu gosto e têm de se esconder-se atrás de uma burka para sairem à rua, não podem exercer uma profissão fora de casa que contribua para uma vida mais desafogada da família...
Foi um permanente regredir dos direitos que tinham alcançado. E as restrições e violações aos direito humanos no que se refere às mulheres são tão gritantes que arrastaram o país para uma crise terrível quer humanitária quer económica: as famílias, deixando de poder contar com dois ordenados, recorrem ao casamento infantil e à venda de órgãos para sobreviver. Mais de 11 milhões os seres humanos morrem de fome no Afeganistão.
“Se a comunidade internacional não agir agora, estará a abandonar as mulheres e meninas do Afeganistão e a minar os direitos humanos em todo o mundo” - diz a Amnistia Internacional.
A partir do século XIX e ao longo do século XX alguns governantes tentaram melhorar as condições de vida das mulheres do seu país; e alguns conseguiram-no.
No reinado do rei Amanullah e da rainha Soraya (1919 a 1929) houve várias mudanças positivas no sentido de unificar as diferentes tribos e modernizar o país. A rainha Soraya, foi uma das maiores ativista e muito se bateu pelos direitos das mulheres do seu país, que passaram a poder frequentar a universidade, votar, ter uma profissão fora de casa, vestir à ocidental, etc. Outros períodos aconteceram posteriormente de abertura, modernidade e de reconhecimento da dignidade da mulher como pessoa humana, com direito à educação, à cultura e a profissões variadas: médicas, professoras, polícias, aeromoças, etc., conforme a política do grupo étnico que está à frente dos destinos do país.
Os talibãs, todavia, são um grupo impermeável, fechado, educado nas madrassas, que se rege por normas fanáticas e tradicionalistas na interpretaçao do islamismo e não se dão conta ou não querem dar-se conta do abismo para onde arrastam o seu povo. E isto acontece em meados da década de vinte, do século XXI.
E para prevenir o vício, as mulheres, hoje, são proibidas de falar, cantar e rezar em público.
IAESM
01/04/2025
*Imagens sem direitos de autor da Internet
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