No passado dia 8 de fevereiro um autocarro com cinquenta associados do IAESM deslocou-se ao Terminal de Cruzeiros de Leixões para uma visita de estudo a essa bonita obra da arquitectura portuguesa, da responsabilidade do arquitecto Luís Pedro Silva, da Escola do Porto.
“O novo Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões
é um dos grandes projetos promovidos pela APDL – Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo,
integrado no Plano Estratégico de Desenvolvimento do Porto de Leixões e que
resulta de uma dinâmica de cooperação territorial, interligando dois principais
objetivos: por um lado o de melhorar a eficácia comercial do porto, associada à
atividade dos cruzeiros e, por outro, o de integração urbana, associado ao
incremento da sociabilidade com a população envolvente.
O novo Terminal de Cruzeiros é o maior
projeto de sempre de abertura do porto à cidade, fazendo do Porto de Leixões
uma importante porta de entrada na região e impulsionando definitivamente o
crescimento do número de navios de cruzeiro e de passageiros em Leixões,
assumindo-se cada vez mais como um porto de cruzeiros.
O novo
cais com 340m de comprimento foi inaugurado em Abril de 2011, permitindo a
escala em Leixões dos maiores navios de cruzeiro, acolhendo agora a maior parte
dos navios de cruzeiro da atual frota mundial.
Terminal
localiza-se no Molhe Sul do Porto de Leixões, a apenas 3 Km da cidade do Porto.
É um projeto de Luís Pedro Silva, Arquiteto de
Oliveira de Azeméis. Foi inaugurado em julho de 2015 e veio alterar a paisagem
costeira do Porto e de Matosinhos.
Ao longe faz lembrar um rolo de papel a
desenrolar-se. É composto por quatro «braços» – um vai até ao navio, outro até
ao molhe sul, outro até à cidade e o último termina dentro do edifício. Se ao
longe a obra desperta a curiosidade, vista de perto é avassaladora.
De frente para ela somos engolidos por
uma luz imensa, refletida pelos azulejos hexagonais brancos que surgem ao longo
de todo o edifício. São cerca de um milhão e foram produzidos pela Vista
Alegre. A sua colocação desigual faz com que não haja dois azulejos seguidos na
mesma posição, o que provoca um bonito jogo de luz, que reflete várias
tonalidades.
Do luminoso átrio comum, a partir do
qual o edifício se ergue em espiral, é possível ver os três pisos superiores. O
primeiro, para onde se sobe por elevador ou por uma rampa curva, destina-se às
funções de logística a passageiros. O segundo está reservado ao Centro
Interdisciplinar de Investigação Marinha da Universidade do Porto (CIIMAR).
Neste piso há dois curiosos detalhes: a boca-de-incêndio vermelha em forma de
peixe que contraste com a brancura imaculada do edifício, as saídas do ar
condicionado em forma de guelras, no teto, e a saída para o exterior, a fazer
lembrar a boca de uma baleia.
No terceiro e último piso, a vidraça do
chão até ao teto deixa ver já um cenário amplo sobre mar e terra. Mas é no
anfiteatro ao ar livre, com uma parede inclinada de 14 metros, que os olhos se
perdem no largo oceano e por Leça da Palmeira, Matosinhos e Porto. Um postal de
boas-vindas entre a terra e o mar.”