quarta-feira, 29 de junho de 2022

 VISITA DE ESTUDO AO PAÇO DOS DUQUES 

EM GUIMARÃES

O Paço dos Duques  - Foto da Internet
Ontem, dia 28 de junho, o IAESM realizou a primeira visita de estudo após o início da pandemia, em março de 2019.
De autocarro, por volta das 14:00 horas, saímos em direção a Guimarães para uma visita guiada ao Paço dos Duques. Uns pela primeira vez, outros em revisão da matéria dada, fomos conduzidos pelos diferentes aposentos do imponente palácio por uma guia jovem e simpática, que nos falou da história do monumento e da história de alguns dos objetos que o adornam.
O Paço dos Duques em Guimarães foi mandado edificar entre 1420 e 1433, por D. Afonso (filho bastardo do rei D. João I e oitavo Conde de Barcelos pelo seu casamento com D. Beatriz filha do Condestável D. Nuno Álvares Pereira e, mais tarde, também primeiro Duque de Bragança), aquando do seu segundo casamento (anos depois de enviuvar de D. Beatriz) com D. Constança de Noronha, para residência do casalHomem muito viajado e culto para a época, e muito rico, terá trazido inspiração para a sua construção (de cujo desenho  se desconhece o autor), lá de fora. E, daí, talvez, algumas caraterísticas que o distinguem, nomeadamente a inclinação de alguns dos seus telhados e o conforto dado aos aposentos pelas suas trinta e nove lareiras e pelas tapeçarias que forravam as paredes graníticas. Entre as quais, havia quatro de grandes dimensões, que contam a história de algumas das cidades conquistadas  no norte de África no reinado de D. Afonso V. Tapeçarias que foram encontradas em Pastrana, próximo de Madrid, mas que o Governo espanhol  se negou a devolver. Apenas permitiu as suas cópias. Forram atualmente as paredes de alguns dos salões do Paço (atual museu), e foram fabricadas em Espanha. As originais terão sido fabricadas na Bélgica, na região de Flandres, e continuam em Espanha.
Foto  da Internet - Tapeçarias Pastrana forram as paredes do salão "Passos Perdidos"

O Paço dos Duques é um monumento majestoso. Comporta três belos salões (abertos ao público), e outros aposentos de menor dimensão. O quarto do duque é o menor; e o mais amplo é o salão nobre, cujo teto  tem a forma de barco invertido.  
A sua capela é também muito bonita, em boa madeira portuguesa de castanho, e tem uns bonitos vitrais, ao fundo, no enfiamento da porta de acesso, por detrás do altar.
A capela do Paço - Foto da Internet

Após da morte de D. Afonso, em 1461, D, Constança continuou a habitar o Paço até à sua morte em 1480. E, sendo senhora de grande bondade, diz-se que destinou uma parte do seu palácio para abrigar doentes e necessitados. 
Ainda foi habitação dos Duques de Bragança durante a primeira metade do séc. VXI; mas, abandonado pouco a pouco, entrou em tal degradação a ponto de em 1666 ser dada autorização aos monges capuchos de Guimarães para dele levarem as pedras para a construção do seu mosteiro. Porém os vimaranenses opuseram-se. No tempo das invasões franceses, foi adaptado em quartel militar.  
Já no século XX,  entre 1937 e 1959, em pleno Estado Novo, deu-se a sua reconstrução.  No dia 25/06/59 foi inaugurado como Residência Oficial do Presidente da República no Norte de Portugal. Mas o último Presidente a utilizá-los foi o Presidente Mário Soares. 
Atualmente o Paço dos Duques é um Museu e as coleções que constituem o seu acervo resultam de doações e da cedência  de coleções ou peças  soltas de outros museus. 
Tem coleções de mobiliário (especialmente do séc. XVII), tapeçarias, pinturas (entre as quais um retrato de D. Catarina de Bragança, esposa de Carlos V de Inglaterra, em cuja corte introduziu o uso de talheres, o chá, o tabaco, compotas, etc.), cerâmica chinesa e da região (e foram-nos apresentados dois potes de botica em cerâmica vianense), armaria, e outras. Na sala de armas pudemos apreciar coleções de armas de variado tipo: armas de fogo, punhais, espadas e outras. 
Finda a visita ao Paço, subimos a encosta até à capela de S. Miguel, ali próximo, onde há uma Pia Batismal que reclama a honra de ter sido aí batizado o nosso primeiro rei: D. Afonso Henriques.  Por detrás dela, fixada na parede, há  uma placa a confirmá-lo. 
Descemos depois até ao Largo do Toural, onde lanchámos, relaxámos e, às 18:30, regressámos à nossa cidade. 
Assim se passou uma tarde bem disposta, que nos enriqueceu pelo convívio e, também, pelo conforto de adquirirmos um pouco mais de cultura relativa à história do nosso país.

                                                                                                                                            IAESM Barcelos, 28/06/2022