PASSEIO DE ESTUDO 2024 –
Terceira Parte
Por volta das 3:00h saímos de Ílhavo em direção a Oliveira de Azeméis. Já em andamento e porque o tempo era suficiente, decidiu-se fazer um desvio até Aveiro para tomar café.
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Os bonitos vitrais da capela-mor, do Santuário de Nossa Senhora de La Sallete |
Retomada a direção, seguimos para o Parque de La Sallete para visitarmos o Santuário de Nossa Senhora de La Sallete e lancharmos. A visita estava marcada para as 16:30h.
Chegámos. Já tínhamos à nossa espera a pessoa que nos iria falar da história que circula à volta da capelinha antiga da Senhora de La Salette (o atual Santuário foi construído no início do século XX), que conta o seguinte:
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Ouvindo a história |
"Nos anos de 1870 o país passou por uma grande seca e Oliveira de Azeméis não foi exceção. Então, a 5 de julho, resolveram fazer uma procissão com o Santo Cristo até ao monte do Castro (um monte inóspito), transformado depois no Parque de La Sallete, para pedir chuva. Ao chegarem ao local começou a chover abundantemente.
Toda a gente acreditou ser um milagre e foi decidido construir aí uma capela dedicada a Nossa Senhora de La Salette.
Iniciou-se então a construção da capela, que foi inaugurada em 1880. As pessoas começaram a crer no poder milagreiro da Santa e a deixar-lhe muitos presentes. O local era inóspito e isolado e era necessário arranjar alguém que tomasse conta da capela e a abrisse quando fosse preciso. Foi escolhido o “Tio Martinho”, um homem bom e honesto. Tio Martinho começou a andar muito preocupado com os roubos que aconteciam e nunca se descobriam os culpados.
Um dia roubaram um anel muito valioso do dedo mindinho da mão direita da Santa com o próprio dedo. Foi então pedido ao tio Martinho que, após as festas, quando muitas coisas valiosas havia na capela, ficasse de noite de guarda. ETio Martinho obedeceu: pegou numa espingarda caçadeira emprestada e, tomando os devidos cuidados, preparou-se para passar a noite de guarda na capela, depois de ter escolhido um esconderijo de onde pudesse ver, sem ser visto. Acomodado, adormeceu. Pouco depois acordou com um barulho na capela. Pegou na arma e espreitou. Viu um vulto junto ao altar. Meteu a arma à cara e disparou. Apesar da pequena distância o vulto continuou em pé.
Tio Martinho, de arma apontada, aproximou-se e manteve o invasor quieto, sob sua vigilância, até o dia clarear. Fechou-o então na sacristia e foi tocar a sineta, ao mesmo tempo que gritava: “ladrões” “ladrões”. O povo acorreu com rapidez, em grande número, e o gatuno foi preso. Levaram-no para a cadeia. Examinados os ferimentos: alguns chumbos à flor da pele e o dedo mínimo da mão direita decepado. Interrogado, confessou que algum tempo antes tinha roubado o anel e partido o dedo mínimo da mão direita de Nossa Senhora da La Salette”.
O Tio Martinho voltou à capela. Junto ao altar encontrou o dedo, ainda ensanguentado. Ainda se encontra num frasco com álcool, no atual Santuário."
IAESM
10/07/2024