terça-feira, 30 de julho de 2024

 PASSEIO DE ESTUDO 2024 – Terceira Parte

Por volta das 3:00h saímos de Ílhavo em direção a Oliveira de Azeméis. Já em andamento e porque o tempo era suficiente, decidiu-se fazer um desvio até Aveiro para tomar café.

Os bonitos vitrais da capela-mor, do Santuário de Nossa Senhora de La Sallete
Retomada a direção, seguimos para o Parque de La Sallete para visitarmos o Santuário de Nossa Senhora de La Sallete e lancharmos. A visita estava marcada para as 16:30h. 
Chegámos. Já  tínhamos à nossa espera a pessoa que nos iria falar da história que circula à volta da capelinha antiga da Senhora de La Salette (o atual Santuário foi construído no início do século XX), que conta o seguinte: 

Ouvindo a história

"Nos anos de 1870 o país passou por uma grande seca e Oliveira de Azeméis não foi exceção. Então, a 5 de julho, resolveram fazer uma procissão com o Santo Cristo até ao monte do Castro (um monte inóspito), transformado depois no Parque de La Sallete, para pedir chuva. Ao chegarem ao local começou a chover abundantemente. 
Toda a gente acreditou ser um milagre e foi decidido construir aí uma capela dedicada a Nossa Senhora de La Salette. 
Iniciou-se então a construção da capela, que foi inaugurada em 1880. As pessoas começaram a crer no poder milagreiro da Santa e a deixar-lhe muitos presentes. O local era inóspito e isolado e era necessário arranjar alguém que tomasse conta da capela e a abrisse quando fosse preciso. Foi escolhido o “Tio Martinho”, um homem bom e honesto. Tio Martinho começou a andar muito preocupado com os roubos que aconteciam e nunca se descobriam os culpados.
Um dia roubaram um anel muito valioso do dedo mindinho da mão direita da Santa com o próprio dedo. Foi então pedido ao tio Martinho que, após as festas, quando muitas coisas valiosas havia na capela, ficasse de noite de guarda. ETio Martinho obedeceu: pegou numa espingarda caçadeira emprestada e, tomando os devidos cuidados, preparou-se para passar a noite de guarda na capela, depois de ter escolhido um esconderijo de onde pudesse ver, sem ser visto. Acomodado, adormeceu. Pouco depois acordou com um barulho na capela. Pegou na arma e espreitou. Viu um vulto junto ao altar. Meteu a arma à cara e disparou. Apesar da pequena distância o vulto continuou em pé. 
Tio Martinho, de arma apontada, aproximou-se e manteve o invasor quieto, sob sua vigilância, até o dia clarear. Fechou-o então na sacristia e foi tocar a sineta, ao mesmo tempo que gritava: “ladrões” “ladrões”. O povo acorreu com rapidez, em grande número, e o gatuno foi preso. Levaram-no para a cadeia. Examinados os ferimentos: alguns chumbos à flor da pele e o dedo mínimo da mão direita decepado. Interrogado, confessou que algum tempo antes tinha roubado o anel e partido o dedo mínimo da mão direita de Nossa Senhora da La Salette”.
O Tio Martinho voltou à capela. Junto ao altar encontrou o dedo, ainda ensanguentado. Ainda se encontra num frasco com álcool, no atual Santuário."
IAESM
10/07/2024

sexta-feira, 26 de julho de 2024

PASSEIO ANUAL 2024 – Segunda Parte

 

De Válega partimos para Ílhavo, para a fábrica da Vista Alegre. Tínhamos marcada uma visita guiada ao museu e à capela de Nossa Senhora de França para as 11:30h.
O grupo foi dividido em dois. Um começou pelo museu e o outro pela capela de Nossa Senhora da Penha de França, dos finais do séc. XVII, mandada construir por D. Manuel Moura Manuel, bispo de Miranda e reitor da Universidade de Coimbra, na sua quinta de recreio. 
Em 1811 foi obtida em hasta-pública por José Ferreira Pinto Basto, o fundador da Vista Alegre (a primeira fábrica de porcelana fundada em Portugal), nascido no Porto, a 16 de Setembro de 1774, numa família de grandes magnatas do comércio e da indústria.
Composta por duas torres, na sua fachada frontal tem um nicho com uma imagem em pedra de Nossa Senhora da Penha de França, padroeira da Vista Alegre; tem três altares ornamentados com bonita talha dourada, sendo o altar-mor dedicado ao presépio; interiormente é revestida a painéis de azulejos setecentistas até à altura do coro alto, onde remata com um friso em pedra e, daí para cima, é parede branca; o teto, abobadado é ornamentado por bonitos frescos; num vão de uma das paredes da capela-mor fica o belíssimo túmulo do fundador (o bispo D. Manuel Abreu Manuel), mandado construir por ele m vida. É uma capela muito bonita e rica e é monumento nacional.
José Ferreira Pinto Basto - fundador da vista Alegre - e os seus operários
                                      
Entrámos então no museu e fomos saudados por um dos dois fornos antigos que ocupam as duas primeiras salas. Dos primitivos não há vestígios. Estes são já do início do séc. XX.

A fábrica da Vista Alegre foi fundada em 1824 por um homem que foi um potentado na economia dos país e também na economia mundial. Foi um homem à frente do seu tempo e um grande humanista: a fundação da fábrica acompanhou a construção do bairro para alojar os seus operários; fundou uma creche na fábrica para as mães deixarem os filhos durante o trabalho; nos intervá-los podiam ir buscá-los para estarem com elas; fundou uma companhia de bombeiros na própria fábrica; fomentou o desporto e o estudo entre os seus operários. Preocuva-se com o bem-estar físico epsíquico dos eus operários e das suas famílias.

Biscuit - peça de porcelana não vidrada

A creche para as operárias deixarem os filhos enquanto trabalhavam
Era, sem dúvida, um grande humanista e muito à frente do seu tempo. E era um homem muito religioso: do seu quarto tinha uma varanda aberta para a capela-mor da Capela de Nossa Senhora da Penha de França, de onde fazia as suas orações diárias.
O museu da Vista Alegre é um mundo de arte em porcelana, sob várias técnicas de fabrico e em vários estilos, que nos mostram a sua evolução em paralelo com o que ia acontecendo na Europa. É um mundo de peças de arte que nos fazem caminhar em paralelo com os estilos e as estéticas mais modernas europeias, especialmente em França.
Terminada a visita ao museu, fomos almoçar na cantina da fábrica.
Não foi um almoço cinco estrelas, mas não nos deu razão de queixa. A feijoada de potas estava saborosa e a salada de fruta (o que comi) também. E foi muito económico, o que permitiu que o passeio se tornasse bastante acessível a todos.
IAESM
10/07/2024

sexta-feira, 19 de julho de 2024



 
PASSEIO ANUAL 2024 – Primeira Parte

Dia 10 de julho, 7:30h da manhã, chovia em Barcelos. Mas nada que assustasse ou impedisse que 56 associados do IAESM (Instituto Autodidacta de Estudos Superiores do Minho) partissem de autocarro com destino ao Museu da Vista Alegre, com uma paragem em Válega, onde tínhamos marcada uma visita guiada à Igreja Matriz, às 9:30h.
Chegámos um pouco antes das 9:00h. Não havia chuva em Válega. Saímos do autocarro e dirigimo-nos a um pequeno café ali ao lado, para tomarmos o pequeno-almoço (os que não o tinham feito). Depois seguimos para o adro da igreja, do outro lado da rua, onde já nos esperavam dois elementos do turismo de Ovar, anteriormente contactado, que gentilmente acedeu em vir falar-nos um pouco da história do azulejo (Ovar é considerado o museu vivo do azulejo) e, muito especificamente, daquela joia de azulejaria policromada que é a Igreja de Nossa Senhora de Válega.
Duas jovens, atenciosas e simpáticas estavam à nossa espera e puseram o seu conhecimento ao nosso serviço. Dividiram o grupo em dois, cada uma tomou sua metade e começou a falar um pouco da história do azulejo, dos diversos tipos de azulejos, do tempo de cozedura a que são submetidos conforme sejam pintados antes ou depois da vidragem, nomes importantes da azulejaria, e muito mais. Depois falou-nos então da igreja, que iniciou a sua construção em 1746. Todavia só em meados do séc. XIX ficou acabada. Mas não era nada que se aproximasse ao que é agora. Os melhoramentos que a foram transformando no que é hoje começaram no início do séc. XX com a melhoria do teto, oferta de dois irmãos emigrantes no Brasil e teem continuado até aos nossos dias. E todos se devem, especialmente, a beneméritos valeguenses:

 

Em 1959 colocaram-se os vitrais nas janelas e fez-se o revestimento das paredes interiores e da fachada, em painéis de azulejos policromados, com cenas da vida de Jesus e da vida de Nossa Senhora, da fábrica Aleluia, oferta do valeguense António Maria Augusto Silva, empresário na cidade do Porto; a sua irmã, Dª. Rita Augusta da Silva, ofereceu o altar do Senhor dos Passos; as paredes laterais (exteriores) também revestidas a azulejo em 1970, são oferta de Jorge Reis, outro valeguense, e foram desenhados por um arquiteto valeguense; já no séc. XXI foi feita a reconstrução do coro alto e outros melhoramentos…
Tem andado continuamente em melhoramentos mercê da generosidade dos próprios valenguenses.

É uma igreja de uma só nave, com um belíssimo Batistério e com belíssimos altares, um dos quais, dedicado a Nossa Senhora de Fátima, outro ao Senhor dos Passos. Tem outros, mas não os guardei na minha memória. Todo o revestimento interior, em painéis de azulejos policromados, é dedicado â Virgem Maria e reproduz a Ave Maria e a Santa Maria.
                                                                                                                                                          IAESM
10/07/2024

segunda-feira, 8 de julho de 2024

 OS GRUPOS CULTURAIS DO IAESM 

NA ROTA DA SOLIDARIEDADE AO LONGO DO 

ANO LETIVO 2023/24

O Grupo Cordofones/Tuna do IAESM
continuou a sua digressão pela rota da solidariedade durante o mês de julho:
Dia 25/07/24 correspondeu à solicitação de Arcozelo; dia 26/07/24, a pedido do Lar da Misericordia, foi animar o Dia dos Avós, festejado no Lar  
IAESM, 08/07/2024

terça-feira, 2 de julho de 2024

 NA ROTA DA SOLIDARIEDADE

OS CORDOFONES/TUNA e AS DANÇAS E CANTARES na FESTA DOS SANTOS POPULARES do GOI

A convite da Casa do Povo de Alvito, o IAESM, no dia 28 de junho, foi atuar com os seus grupos Cordofones/Tuna e Danças e Cantares (que ensaiou uma marcha para o evento), na festa dos Santos Populares, para cerca de 350 pessoas (Séniores e outros) de 20 instituições do concelho de Barcelos, no pavilhão de Adães.
A Festa foi de inspiração GOI (Grupo Operativo da Pessoa Idosa), organizada por uma “equipa organizadora composta pelas instituições Centro Social de Remelhe, Casa do Povo de Alvito, Associação Carapeços Solidário e Centro Social e Paroquial de Fragoso. Do programa consta o desfile dos arcos das instituições, atuação do Grupo Musical IAESM- Instituto Autodidata de Estudos Superiores do Minho e Lanche”, assim fala o programado do evento.
Alguns Arcos das Instituições que animaram a festa

Foi a última saída fora de portas deste ano letivo 2023/24; mas fechou com  chave de ouro. Os elementos dos grupos regressaram eufóricos. Muito felizes. Tudo correu bem e o lanche foi a contento. A alguns fê-los entrar na máquina do tempo e retroceder ao espaço rústico da infância, quando as mães, antes da fornada semanal, metiam o bolo ou a bola (como se dizia na minha terra) com carne ou com sardinhas pequenas, que fazia as delícias de pequenos e graúdos.
O nosso acordeonista
O ano foi pródigo nesse tipo de ações solidárias. Foram muitas as solicitações que nos foram dirigidas. O mais solicitado foi o grupo dos cordofones/tuna. Mas também o de teatro e o de danças e cantares foram várias vezes solicitados para atuarem em instituições ao longo do ano letivo. O que muito nos orgulha e nos enche o coração de alegria. É esse o ADN do IAESM
IAESM
02/07/24