Ainda no âmbito da temática “Indústria
Têxtil”, no espaço “Conversas às segundas nas 4ªs”, foi abordada uma personagem importantíssima no empreendedorismo têxtil
Barcelense, e não só.
Falamos de João Duarte, o pioneiro da indústria
têxtil em Barcelos, fundador das fábricas Fiação, Barcelense e Tebe; da
Fábrica de S. Brás e da Fábrica do Amial, no Porto; e da Fil em Leça do Balio.
A Fábrica Barcelense de João Duarte * |
Das empresas fundadas em Barcelos, a
que prevaleceu em sua posse até ao fim dos seus dias, foi a Barcelense.
A Fiação deixou-a no ano seguinte à sua fundação, e a Tebe deixou-a também, mais tarde. Passou para Campos e Cunha, um técnico superior que chamara para trabalhar consigo.
A Fiação deixou-a no ano seguinte à sua fundação, e a Tebe deixou-a também, mais tarde. Passou para Campos e Cunha, um técnico superior que chamara para trabalhar consigo.
A Barcelense e a Tebe foram o alfobre da
indústria têxtil na região de Barcelos. Delas saíram os fundadores das novas
empresas, que fizeram de Barcelos uma região têxtil muito fértil no nosso país,
que a crise debelou, mas parece estar a reflorescer.
João Duarte foi um grande empreendedor e um patrão solidário e amigo dos seus trabalhadores. Preocupado com a sua saúde e
bem-estar, comparticipava-lhe os medicamentos, criou a medicina no trabalho na
sua empresa antes de esta ser obrigatória, mandou construir casas para os seus
empregados, etc. Antes do Governo fomentar qualquer lei
de âmbito social, já os seus trabalhadores beneficiavam dela há muito e, muitas
vezes, com maiores regalias.
Quando foram instituídas pelo governo
férias pagas de uma semana, os seus operários já tinham direito a duas, e criou para
eles uma colónia balnear na Apúlia; na sua empresa – A Barcelense - havia
cantina, creche, lactário e todos os apoios necessários à operária/mãe.
Foi
um homem que trepou a pulso o caminho que o levou ao sucesso: órfão aos sete anos, frequentou a escola primária em Barcelos, e aos
treze foi para o Porto, para casa de um tio,comerciante. Mercê do seu trabalho
e mérito, o tio foi-lhe dando algumas incumbências de confiança. Foi adquirindo
experiência. E, muito novo, fez algumas viagens de negócios. A primeira delas
para Trás-os-Montes, num tempo em que as deslocações eram feitas a pé, a
cavalo, de burro, ou de carro de bois.
Imagine-se a dificuldade da viagem!
Imagine-se a dificuldade da viagem!
Mais tarde saiu de casa desse tio e foi viver
para casa de outro, também comerciante. Daí, começou a estudar à noite incentivado pelo tio, e fez o Curso Complementar dos Liceus. E também ele
incentivava os seus operários a estudarem. Muitos estudaram por conta da
empresa.
João Duarte foi um homem à frente. Um
verdadeiro líder. Um homem que soube reconhecer a interdependência operário/empresa,
e que uma, sem os outros, não funciona. Soube reconhecer o valor do operário no sucesso
da empresa, dando-lhe boas condições de trabalho e de bem-estar para que se
sentisse feliz e trabalhasse com alegria na “sua” empresa.
*Imagem da Internet
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