CONVERSAS À DERIVA...

HENRIQUE MEDINA

Na segunda sessão de “conversas à deriva…” deambulámos pela vida e obra de Henrique Medina, um notável pintor contemporâneo, filho de mãe portuguesa e pai espanhol. Nascido o Porto a 18 de agosto de 1901, bem cedo mostrou a sua habilidade para o desenho e para a pintura. Aos dez anos foi levado pela avó a um professor da Escola de Belas Artes do Porto, que passou a frequentar. Mais tarde foi para as Belas Artes para Lisboa e, aos dezanove anos, foi para Paris. Mas não acabou o curso de Belas Artes. Foi convidado para fazer retrato em Inglaterra e por lá ficou durante sete anos. 

Ganhou fama como retratista e, a reboque da sua arte, foi passando de um pais para outro e, assim, correu meio mundo. Todas as pessoas importantes e famosas, desde reis a presidentes da república, músicos, atores e atrizes, etc. querem ser retratadas por Henrique Medina: o seu traço é firme e a sua sensibilidade capta os traços profundos da alma. Os rostos são “vivos” palpáveis na textura da pele, no pigmento da cor e na expressividade do olhar. Desenhou e pintou com sensibilidade e delicadeza o corpo feminino, que ressalta da tela, ao nosso encontro, natural, palpável na textura e pigmento da pele: o peixe vermelho, a mulata, o despertar, primavera, o xaile vermelho, etc., são quadros que nos dão disso exemplo. Mas é a expressividade do olhar que mais seduz na pintura de Medina.

 

Todavia não só da forma humana se ocupou Medina, também pintou bonitas paisagens, entre as quais estão os moinhos da Abilheira, Marinhas, Esposende.

No museu Pio XII, em Braga, há a Galeria Henrique Medina, onde se pode conhecer parte da obra deste grande pintor do nosso tempo que, como já disse, nasceu no Porto a 18 de agosto e faleceu em Goios, Esposende, a 30 de novembro de 1988, com 87 anos.

IAESM, 28 /02/2025