VISITA DE ESTUDO
21/04/2023
A tarde deste dia foi preenchida com uma
visita de estudo, atividade que consideramos ser uma forma muito enriquecedora
de adquirir cultura combinada com convívio.
A saída estava marcada para a 14:00 horas junto
ao Templo do Senhor da Cruz. E, apesar de S. Pedro ter aberto as torneiras do
céu com abundância, o horário foi mais ou menos cumprido. Pouco depois das
duas da tarde rodávamos em direção a Viana do Castelo (onde tínhamos uma
visita guiada ao Museu do Traje), num autocarro de 55 lugares repleto.
Mesmo debaixo de chuva, que atrapalha
sempre qualquer passeio, mas, especialmente, sendo em grupo (isto de abrir e fechar
o guarda chuva e cuidar de não pingar o vizinho ou espetar-lhe uma vareta nos
olhos atrapalha um pouco), mas tudo correu bem e foi muito agradável entrar no
átrio do museu, onde a exuberância dos belos e coloridos trajes das lavradeiras
vianesas, com os seus lenços traçados e o peito profusamente ornamentado de
ouro, e o guia para nos acompanhar e elucidar sobre o que íamos vendo, nos
saudaram.
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...do site do museu |
O Museu do Traje de Viana do Castelo fica na Praça da República, num prédio de gaveto construído entre 1954 e 1958 onde funcionou uma delegação do Banco de Portugal até 1996. Em 1997 a Câmara Municipal de Viana do Castelo adquiriu-o e foi criado um museu dedicado, especialmente, à exposição permanente dos trajes regionais da região de Viana, com especial ênfase para o traje usado pela raparigas mulheres das regiões rurais em volta da cidade (Traje á Vianesa ou de Lavradeira) de meados do século XIX a meados do século XX, e que hoje ainda perdura nos ranchos folclóricos e nas romarias, especialmente na romaria da Senhora da Agonia.
Há três cores predominantes nos trajes da lavradeira vienesa: vermelho, verde e o azul-escuro ou traje de dó, que seria usado em épocas de desgosto, tristeza…
A cor elucidava sobre a região, e a ocasião de uso definia-o como de trabalho, de domingar, de feirar, de festa; os materiais eram a lã e o linho que as próprias mulheres/raparigas cuidavam e
preparavam até ao produto final, desde cuidar das ovelhas que lhes davam a lã e
semear o linho até transformá-lo (lã e linho) no fio que elas próprias tingiam
com anilinas compradas nas drogarias ou, se calhar, com plantas, e teciam no
tear caseiro (aqueles bordados lindíssimos dos belos aventais era feito no
próprio tear, puxando os fios), para depois ser costurado.
Tem também uma
coleção de outras peças de vestuário em cotim e outros materiais, vendedeiras
de doces, alfaias agrícolas, utensílios usados no ciclo do linho, tem no
segundo piso, do lado esquerdo, um grande painel dedicado a homenagear Amadeu
Alberto Lima, etnógrafo e investigador dedicado ao estudo e divulgação da
cultura tradicional de Viana.
Há no primeiro piso a sala do ouro (segundo a
informação do guia foi o cofre do banco que ali funcionou) que nos mostra uma
bela coleção de peças em ouro lindíssimas, resultante de doações e de
aquisições feitas pela Câmara Municipal, onde também podemos apreciar diversas
ferramentas usadas na ourivesaria. Muito mais havia a dizer sobre o que pode ser visto no Museu do Traje de Viana, mas o texto já vai grande. Fiquemos por aqui. Valeu a pena.
E, nesse tempo, S. Pedro fechou as torneiras do céu, o que nos deu a liberdade de caminharmos sem guarda-chuva, irmos comer uma "bola de berlim" ao Natário, dar um passeio até à beira rio e inundarmos a alma da beleza de Viana da beira-rio: muito bonita.
IAESM/03/05/23 I
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