segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

 Conversas… às Segundas na 4ª

Imagem da Internet

A nossa última aula de “ Conversas… às Segundas na 4ª”, no dia 28 de novembro de 2022, trouxe-nos a história da emblemática Casa do Menino Deus, em Barcelos (pela qual já passaram milhares de crianças barcelenses), que nasceu - tendo em atenção o que nos contam alguns livros - do sonho, da religiosidade e da determinação e constância de uma escrava, de nome Vitória de Jesus, Irmã Terceira de S. Francisco.

A escrava Vitória trabalhava na rua Direita, na mercearia de senhor Ferreira Gomes, mais conhecido por “Bugalho”, seu amo, e era muito devota do Menino Deus, do qual obtinha muitas graças. As freguesas começaram a pedir-lhe que intercedesse por elas junto do Menino. Até que um dia conseguiu obter uma imagem do Menino Deus e pediu ao seu amo que a colocasse num nicho na mercearia. As freguesas começaram a rogar a sua graça Divina para os problemas que as afligiam, e a serem ouvidas. As ofertas ao Menino principiaram a cair na mercearia cada vez em maior abundância; e a imagem foi então colocada na Capela da Ordem Terceira na Igreja Matriz. Mas as ofertas tomaram tais proporções, que a escrava Vitória sentiu necessidade de construir um templo que acolhesse o Menino. Escreveu ao Arcebispo de Braga, D. Rodrigo Moura Teles, a pedir a respetiva licença no dia 31 de Maio de 1721. 
Entretanto a fama do Menino continuava a crescer e as esmolas chegavam cada vez em maior número e quantidade. Vitória sente que deve ser construído algo mais que uma simples capela; mas o espaço inicialmente escolhido no Campo da Feira é pequeno. Então, um dia, ao passar pelo local onde está situada a Casa do Menino Deus, tem uma visão: o Menino diz-lhe que a sua casa será ali. E a 21 de Dezembro de 1726 é criada a Confraria do Menino Deus da Vitória com sede na Igreja do Bom Jesus da Cruz. Porém só em 1728 se assina o primeiro contrato entre a confraria e um grupo de pedreiros, carpinteiros, ferreiros…
Completadas as obras da Igreja, esta é benzida no dia 23 de setembro de 1933. Quatro dias depois o Menino é levado para a sua nova morada. E, dois anos depois, no dia 12 de Setembro, de 1935, morre Vitória de Jesus, mas deixa um projeto de estatutos para o Recolhimento, que recebe as primeiras recolhidas em 1740, e ficam sob a direção de outras três que vieram de Arrifana de Sousa, na região de Penafiel.
A escrava Vitória morre, mas a sua obra continuou e continua viva e a prestar inestimáveis serviços na educação e formação de crianças e jovens, órfãos e outros, pelos tempos afora.

Atualmente tem em funcionamento um lar da infância e juventude para 45 crianças e jovens do sexo feminino; uma creche com capacidade para 90 crianças dos 4 meses aos 3 anos; tem ensino pré-escolar para 175 crianças; ATL para 100 crianças do 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico, e o Colégio Casa Menino Deus com 192 crianças do Ensino Básico.
A obra continua.

IAESM, 03/01/2023

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