terça-feira, 11 de fevereiro de 2020


MUSEU ALBERTO SAMPAIO – GUIMARÃES

A primeira visita de estudo do IAESM, deste nosso ano escolar de 2020, foi ao Museu Alberto Sampaio, em Guimarães, sexta-feira, dia 07/02, com início às 15 horas.
Embora tenhamos saído de Barcelos com um pequeno atraso, chegamos ao destino com tempo suficiente para caminharmos relaxados e sem pressas da saída do autocarro até ao museu, onde o grupo (sessenta pessoas) foi dividido em dois. 
Cada um, orientado por sua guia, caminhou em circuitos desencontrados ao longo das diferentes salas e pode admirar e conhecer a história de alguns dos antigos, ricos e bonitos tesouros que encerra, provenientes da Colegiada da Senhora da Oliveira e de outras igrejas e mosteiros da região. Nomeadamente do convento de S. Francisco de Guimarães, do mosteiro feminino de Santa Clara, em cujo edifício funciona atualmente a Câmara Municipal de Guimarães,  etc.
O Museu Alberto Sampaio foi fundado em 1928 sob a orientação de Alfredo Guimarães. Situa-se no centro histórico da cidade, no local onde no século X a condessa Mumadona (após enviuvar) fundou um mosteiro à volta do qual cresceu o povoado, que deu origem à cidade de Guimarães, e que, no século XII, deu origem à Colegiada de Santa Maria. Mais tarde Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira. 
Ocupa três espaços da Colegiada: o Claustro, a Casa do Priorado e a Casa do Cabido. A entrada no museu é feita, precisamente, pela Casa do Cabido. 
O seu património é variado e rico, estendendo-se por diferentes salas, e é composto por ourivesaria, pintura sobre madeira, frescos, escultura, talha, cerâmica, etc. Peças de grande valor, quer pela antiguidade e pelo que representam, quer pelo material em que foram fabricadas.
Tem, porém, algumas mais carismáticas, pela beleza e história que as acompanha, que não posso deixar de referir com mais pormenor. E começo pelo tríptico da Natividade, exposto na sala Aljubarrota, em prata dourada, oferecido a Nossa Senhora da Oliveira pelo rei João I em ação de graças pela vitória sobre os castelhanos na batalha de Aljubarrota, que descreve pormenorizadamente a Natividade. Não se sabe se terá sido mandado fazer com as pratas dos despojos da batalha, ou se pertenceria (como se diz também) ao próprio D. João de Castela, que o teria trazido consigo, ciente da rapidez da vitória e, na fuga descontrolada, o terá deixado para traz.
 também nessa o loudel (peça de linho(?) “acolchoada” usada sobre o corpo, antes da cota de malha, pelos antigos guerreiros para o protegerem dos ferimentos, que o roçar desta faria) usado por D. João I na referida batalha.
Mas a peça mais antiga deste museu é um cálice em ouro do século XII (1184), que podemos admirar na Sala dos Tesouros, oferecido por D. Sancho I e sua esposa a Santa Maria de Oliveira, em ação de graças por seu primeiro filho ter sido varão. 
Aliás, nesta sala, há muitos e valiosíssimos tesouros. E, logo à entrada, na vitrine que nos fica à esquerda, deparamos com uma cruz de procissão, em prata trabalhada, que tem metro e meio de altura e pesa quinze quilos. Há aqui também relicários variados, cruzes, cálices…
Muito e muito mais poderia dizer sobre o que nos foi dado apreciar neste museu, mas tornar-se-ia um texto muito extenso e fastidioso. Fiquemo-nos, pois, por aqui.
Depois houve ainda tempo livre, que cada um aproveitou da forma que mais lhe agradou: caminhando pela bonita cidade de Guimarães ou sentando-se num café ou esplanada a lanchar e a conversar.
Julgo que todos teremos regressado a Barcelos mais realizados e felizes, ansiando pela próxima visita de estudo que acontecerá em Abril.

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