segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

CONVERSAS ÀS SEGUNDAS NA QUARTA


PATRIMÓNIO CIVIL PÚBLICO DE BARCELOS

A última “Conversa às…” do ano escolar 2019, concretizado na segunda-feira, dia   09/12/2019, circulou pelo património civil, público, de Barcelos. 
Principiando pela ponte medieval, românica, mandada construir pelo 3º conde de Barcelos, D. Pedro Afonso, entre 1325 e 1330, seguiu-se para o Paço dos Condes (castelo) como vulgarmente é denominado, ali em frente, sobranceiro à ponte,  mandado edificar por outro Pedro Afonso - o oitavo conde de Barcelos - um dos homens mais ricos de Portugal na sua época, filho ilegítimo do Mestre de Avis. Recebeu o condado de Barcelos pelo seu casamento com a filha de D. Nuno Alvares Pereira, o sétimo conde de Barcelos.
Foi porém com D. Fernando I, 9º conde de Barcelos, que aí residiu com a sua família, que  o Paço dos condes atingiu o seu maior esplendor. E com D. Fernando II, 10º conde de Barcelos, fundador do  Palácio de Vila Viçosa, onde  estabeleceu residência, começou o seu declínio.
Próximo do Paço dos condes, junto à Igreja Matriz, fica o Pelourinho, em granito, formado por uma base com quatro degraus octogonais e fuste octogonal a terminar em gaiola. Esse  monumento era usado para flagelar os delinquentes, que  aí eram presos e castigados.
O lindo edifício dos Paços do Concelho fica um pouco adiante e é resultado de várias transformações e anexações. Nomeadamente o hospital do Espírito Santo, a capela de Santa Maria do século XIV, a antiga casa da Câmara  e a Igreja da Misericórdia do século XVI. É o resultado de um amalgamado de monumentos de estilos e de épocas diferentes, que já teve diferentes funções  e albergou serviços variados. 
Depois da última remodelação, resultou no magnífico edifício que hoje conhecemos, todo ele ocupado pelos serviços camarários.
Outro edifício marcante  da monumentalidade civil pública de Barcelos, é a Torre de Menagem, ou Torre da Porta Nova - no Largo da Porta Nova - ou Torre do Cimo de Vila, ou Torre da Cadeia, como também é conhecida. Nela funcionou a cadeia desde os finais do séc. XIX até às primeiras três décadas do séc. XX (1932).  É uma das três torres da primitiva muralha da vila de Barcelos, mandada edificar pelo 8º conde, D. Pedro Afonso. Tem planta rectangular e espessas paredes em granito. Foi uma das portas da cidade e  residência do alcaide. Foi, ao longo dos tempos, cadeia, armazém, posto de turismo e, actualmente é o Centro de Artesanato de Barcelos. 
Do alto da torre, para onde pode subir-se de elevador, usufrui-se de uma bonita imagem, em 360 graus, de Barcelos e arredores.
O antigo edifício do Teatro Gil Vicente deve-se à vontade de um grupo de jovens barcelenses, que aglutinaram vontades e esforços, e constituíram, em 1893, a “Empresa Teatral Gil Vicente”, composta por vários accionista. O projecto do edifício foi do engenheiro António José Lima, e a primeira representação deu-se em 1903 com a peça “Barcelos Por Dentro”, de Augusto Soucasaux. Esteve vários anos fechado, foi vendido a particulares e, algum tempo depois, comprado pela Câmara, que fez novo projecto, deixando do primeiro edifício apenas a fachada. Reabriu ao público em 2013 com a peça “Pranto de Maria Parda” pela Companhia de Teatro “A Capoeira”. 
A antiga Casa dos Mendanhas Benevides Cyrnes, do século XVII, que já albergou a Escola Comercial e Industrial de Barcelos, a Guarda Nacional Republica   e outras entidades, é desde 1950, o Museu de Olaria, único no país com essa denominação.
A Casa dos Machados da Maia, da primeira metade do século XVI, continua um edifício muito bonito apesar das diferentes remodelações feitas  e dos diferentes serviços que a ocuparam, nomeadamente a Alliance Francaise e outros. É desde 1997 a Biblioteca Municipal de Barcelos. Localiza-se no Largo Dr. António Novais, antigo Largo da Cadeia.

Há ainda a considerar nesta rubrica os vários chafarizes espalhados pela cidade de Barcelos. O Chafariz do Campo da Feira, o do Largo da Porta Nova, o do Largo do  Tanque, o da Praça de Pontevedra, e outros.

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