TOPONÍMIA DE BARCELOS (Continuação)

Começou
por nos apresentar a rua Filipa Borges, que deve o nome à mãe de Gil Vicente,
dramaturgo (o denominado pai do teatro português) e também poeta, ourives de
profissão, nascido em Guimarães (?) (parece não haver consenso quanto ao local
do seu nascimento). Mas em relação a sua mãe, a dita senhora Filipa Borges,
sabe-se que nasceu em Creixomil, Barcelos (desconhece-se a data); e casou com um
ourives de Guimarães. Daí passamos à Avenida S. José. Sai da rotunda da
Rua Filipa Borges no seguimento da Av. Nossa Senhora da Franqueira, bordeja a
Urbanização S. José pelo lado poente, e segue até à Rotunda do Galo. Levou-nos
depois à Praça Camilo Castelo Branco (também conhecida por Campo S. José por
existir aí a capela de S. José), que recebeu o nome do grande romancista
português do séc. XIX, nascido a 16 de março de 1825, e falecido a 01 de junho
de 1890. Daí seguimos pela Rua Miguel Bombarda, também conhecida por Rua das Capelas. Deve
o seu nome a Miguel Augusto Bombarda, nascido no Rio de Janeiro a seis de março
de 1851, e assassinado no seu gabinete do hospital, em Lisboa, a quatro de
outubro de 1910. Foi médico, cientista, professor universitário, político e
revolucionário, adepto confesso da república, que não viu implantada, pois foi
assassinado no dia anterior à sua implantação, como já se disse. Seguiu-se a Rua
Tenente Valadim. O nome advém-lhe de Eduardo
António Prieto Valadim, militar, nascido em Lisboa a 13 de junho de 1856. Morreu
assassinado em Moçambique durante as campanhas de pacificação de África, na
época do ultimato inglês. Daí passámos à Rua da Barreta. Recebe o nome
do solar dos finais do séc. XVII, denominado de “Casa da Barreta”, que ainda
hoje aí podemos ver pintada a cor-de-rosa. Seguimos para o Campo 5 de Outubro,
cujo nome homenageia a implantação da República no dia cinco de outubro de 1910.
É também conhecido por Jardim Velho. No passado terá tido usos tão diversos
como Feira de Gado, Campo de Corridas de Touros, devido às corridas que aí se
faziam aquando das Festas de Corpo de Deus, e outros. Passámos depois à Avenida
da Liberdade, inaugurada na segunda metade do século XX com o nome Avenida Oliveira
Salazar. Deve o seu nome ao 25 de Abril de 1974. Seguiu-se o Largo da Porta Nova, que,
como já vimos em conversa anterior, foi embelezado pelo Arquiteto Marquês da
Silva. Antigamente era denominado Torre do Cimo da Vila, devido à torre que
ainda hoje aí podemos visitar. Percorremos a seguir a Rua Bom Jesus da Cruz, anteriormente
denominada Rua da Palha. Seguiu-se o Jardim das Barrocas, assim denominado,
segundo consta, pela sua terra barrenta. Foi também denominado Passeio dos
Assentos. De seguida passámos à Praceta Escultor Esteves, que recebeu o nome de António
Carlos da Silva Vila-Chã Esteves, professor e escultor, nascido em Barcelos a
21 de agosto de 1909. Faleceu a 22de outubro de 1968. A seguir levou-nos à Praceta Sá
Carneiro, advogado, político, nascido no Porto a 19 de julho de 1934, faleceu em
Camarate, Lisboa, num desastre de avião, a 04 de Dezembro de 1980. Foi o
fundador do Partido Popular Democrático/Partido Social Democrata, e Primeiro-Ministro
de Portugal, durante alguns meses, no ano de 1980. Seguimos depois para a Rua Dr.
José António Machado, que recebe o nome de um eminente médico, figura de grande
relevo na comunidade barcelense, o Dr. José António Peixoto Pereira Machado.
E a conversa terminou na Travessa Simplício Sousa,
nome que recebeu de Simplício da Conceição Landolf de Sousa, comerciante e
grande divulgador da cultura popular barcelense, nascido em Barcelos no dia 01
de março de 1911, onde faleceu a 18 de maio de 1966.
António Sousa prometeu
continuar a desenvolver este tema em próximas conversas
1 comentário:
Exmº Senhor
Muitos parabéns por estas "Conversas às segundas, nas quartas". Para quem, como eu, gosta de Toponímia, aprendo sempre consigo.
Manuel Lopes
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