quarta-feira, 17 de abril de 2019


“CONVERSAS…
                        ÀS SEGUNDAS NA 4ª” – Arquiteto Marques da Silva


A última sessão de  “Conversas às Segundas na 4ª”, que decorreu na segunda-feira, dia 25 de março, teve como protagonista o Arquiteto Marques da Silva, natural do Porto, onde nasceu no dia 18 de outubro de 1869, e faleceu no dia 06 de junho de 1947.
Marques da Silva foi um notável e eclético Arquiteto e Professor da Escola de Belas Artes do Porto, e o seu Diretor durante 15 anos. A sua obra distribui-se um pouco por todo o norte do país, nomeadamente pelo Porto, Guimarães, Braga, Barcelos… e outros lugares, onde a sua assinatura rasgou avenidas, embelezou e desenhou jardins, fontes, monumentos, casas, prédios... 
Mas, particularmente no Porto, o seu traço está disperso pela cidade em diversas obras. Nomeadamente na belíssima Estação de S. Bento, na Casa e Jardins de Serralves, no Liceu Alexandre Herculano, no prédio das antigas Galerias Palladium, no Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular no centro rotunda da Boa Vista.  
A antiga e belíssima Avenida dos Aliados era também obra sua, e muitas outras obras, que embelezam a cidade do Porto, tiveram também a sua rubrica. 
A Igreja da Penha e a Sociedade Martins Sarmento, além de outras, em Guimarães, têm também a sua assinatura.
Mas foi pela sua grande intervenção no embelezamento do tecido urbano de Barcelos, que o sócio António Sousa, promotor/apresentador das “Conversas às Segundas na 4ª”, achou por bem pesquisar e falar sobre esta figura importantíssima da arquitetura portuguesa.
A esposa do Arquiteto Marques da Silva era de ascendência barcelense e herdou aqui algum património deixado pelo seu avô. Tinha portanto ligações a Barcelos, onde vinha frequentemente para tratar de assuntos relativos a esse património. E foi-lhe solicitado um projeto de melhoramento do Centro Histórico e aformoseamento do Campo da Feira, da então, vila de Barcelos, que ele aceitou desenvolver.
E, assim, é autor do monumento em homenagem a D. António Barroso (a estátua é do escultor José Sousa Caldas), que criou alguma polémica, porque obrigou a alguma intervenção naquele espaço medieval. Mas, dessa forma, deu mais majestade ao monumento, largueza à Praça e destaque ao edifício municipal; arborizou o Campo da Feira – projeto que não foi aplaudido por alguns setores da população -, construiu o muro de suporte à Avenida dos Combatentes e a varanda daí para o Campo da Feira, deslocou o chafariz de junto às casas para o centro e completou-o com os degraus, as carrancas e as taças laterais que hoje ostenta, rasgou a avenida que liga o Campo da Feira ao cemitério, é o autor da cerca do Parque, interveio no embelezamento do Largo da Porta Nova e do Jardim das Barrocas (o seu projeto era ajardinar todo aquele espaço até ao rio), é autor de um prédio da rua Barjona de Freitas, interveio na remodelação do hospital, etc. 
Enfim, o seu traço está presente em muitos detalhes que embelezam a cidade de Barcelos de hoje.
O seu espólio, assim como o de sua filha, Maria José Marques da Silva e de seu genro, David Moreira da Silva, que também foram arquitetos, e não tiveram filhos, está reunido na fundação do Instituto Marques da Silva, que promove o “Prémio Arquiteto Marques da Silva”, bianual, e se destina a distinguir o aluno da faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto que conclua a licenciatura com a melhor média, e deverá ser de 16 valores ou mais. 

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